Linha de Pesquisa: Reestruturação produtiva e novas lógicas de localização produtiva
Até meados do século XX, os modelos econômicos e microeconômicos de localização industrial predominaram no conjunto dos trabalhos sobre a organização espacial, apesar da crítica realizada por autores vinculados à perspectiva behaviorista da firma. Nas últimas décadas do século XX, ocorreram mudanças profundas na organização espaço, por conta da incorporação maciça de novas tecnologias, transformações territoriais, acirramento da competição nas várias escalas e a busca por vantagens competitivas e revalorização do território como ativo e dinâmico.
A convergência de processos como abertura econômica e desenvolvimento de novas tecnologias desencadeou a formação de um sistema econômico planetário. Ao contrário da propalada ideia de fim da geografia, o espaço tornou-se elemento ativo na constituição das vantagens competitivas das empresas. Os espaços passaram a ser organizados em redes e, ao mesmo tempo, caracterizados pela descontinuidade, fragmentação e exclusão. Emergiu, assim, uma nova lógica territorial baseada na competitividade e no grau/capacidade de articulação no espaço das redes.
Os espaços tornaram-se cada vez mais diferenciados entre si pela densidade material, dada a concentração de indústrias associadas às novas tecnologias e das funções de gestão, P&D e controle do capital. É nítida a emergência de regiões ganhadoras e perdedoras, espaços opacos e luminosos, regiões que mandam e regiões que obedecem. Por isso, estudos de geografia econômica e industrial têm buscado compreender a organização espacial do mundo contemporâneo sob aparato teórico e conceitual renovado, por meio dos estudos de Cidade Global, Meio Inovador, Tecnopólos/Parques Tecnológicos, Distritos Industriais/Sistemas Produtivos Locais e Eixos de Crescimento/Desenvolvimento.